Hora de caminhar novamente. Sentir os olhos ardendo e não colocar os óculos de sol. Perante todos os desastres a vida é mais importante. Mesmo ela sendo sem importância os sem emoção. Mesmo que ela seja cheia de emoção e não se tenha com quem compartilhar. Mesmo que ela tenha emoção, tenha-se com quem compartilhar mas isso não seja suficiente pra vc ser feliz. Minha existência é ínfima mas é minha e por isso ela é a mais bela e mais importe que todas as outras. As outras? Existências miseráveis. Já dei prova que uso as existências alheia e nunca me arrependi.
Consegui chegar ao meu destino sem mais lágrimas. Me acompanhava a linha do trem. Incrivelmente a dura jornada de ir sem vontade foi acompanhada da lembrança de que eu vou voltar. Quando tudo acabar pego o meu trem R-598 e volto para a primeira das minhas bonecas russas. Vou caminhando ao lado da linha do trem e depois vou voltar para a primeira das minhas bonecas russas.
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Alba tem medo. Nervosa se encosta em uma grande pilastra branca do templo e olha pra cima. Ontem ela puxou papo comigo e eu fui aquela simpática tolerante que não dá muita atenção.Tem espaço para mais quatro pessoas do meu lado e ela não se senta. Fica em pé a dois metros de distancia me observando.
Olho para a vidraça na minha frente e aproveito para me observar também. Sim. Alba estava tentando entender porque alguém no meu estado havia saído de casa. Acho que ela percebeu que eu estava me olhando e ficou ainda mais na expectativa e na curiosidade. Nesse momento dois protótipos de pessoas amebas sentaram ao meu lado. Nem vou comentar os assuntos que de tão inúteis chegam a obscenos. Lá se vai o lindo silencio entre eu e Alba. Vai-se o silencio, fica o abismo.
jpg.//stephanie towell
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